domingo, 2 de janeiro de 2011

Eu no mundo

"Não suporto incongruência.
Acabemos com a violência.
Vamos formar sujeitos críticos."
Que engulam os preceitos bíblicos.

"Queremos sujeitos ativos
que se coloquem no mundo
- mas não muito criativos!"
Que desespero profundo!

"Queremos que respeitem o diferente,
que ganhem a vida honestamente."
- Que o pensamento não seja fluente.
Meu deus, que coisa deprimente!

"A crise nos leva ao crescimento.
A dúvida é um bom elemento.
O Brasil necessita de sujeitos críticos."
- Pobres, passivos e apolíticos.

Para criar vínculo,
preciso ser afetiva.
E a amizade, então,
é vista como nociva.

Cabelo, roupa, visual
Não dizem da minha competência.
O que eu faço no trabalho
não depende da minha aparência.

Vou dizer um termo técnico
para você se exibir.
O sofrimento nosso de cada dia
deve ser o que te faz sorrir.

Seu cabelo meigo, sua voz calma,
nunca me enganaram.
Nos seus olhos, posso ver sua alma.
O que vejo, seus sorrisos não declaram.

Por que é tão difícil, pra você,
dizer o que realmente pensa?
E por que diabos, então,
quer que eu engula essa crença?

Você quer muito fazer bonito
Eu penso diferente.
Temos aí um conflito?
Quem é que move o mundo pra frente?

Bem e Mal não nos são inerentes.
Pensando que fiz tudo certo,
Me criei esse inconveniente.
O Bem e o Mal, mon ange, estão muito perto.

Você me mente autonomia,
Me enfia responsabilidade.
Manipula, pune, retalia.
Manutenção à infelicidade.

Sim, meu bem, estou "cindida"
mas ainda sou mais congruente.
Poesia podre, porca, fodida,
De alguém aqui que não mente...

Pra si mesma.



Juliana Aranha.
26/out/2010.

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