domingo, 2 de janeiro de 2011

De hipérbatos eu não gosto

De hipérbatos eu não gosto
Não gosto, e o porquê lhes direi.
Esse estilo me deixou, há muito, exausto.
Nos moldes clássicos, nunca me encaixei.

De hipérbatos eu não gosto
Não gosto, tampouco preciso.
No inferno, aprender a sorrir
Aprender, e viver no paraíso.

De hipérbatos eu não gosto
Mas sem hipérboles eu não vivo.
Tudo aquilo que aprendi...
Onde andará, meu deus, meu potencial criativo?

De hipérbatos eu não gosto
Mas qual, então, a ordem natural?
Poderá alguém, algum dia,
Me dizer quem é que é normal?

De hipérbatos eu não gosto,
Mas com ele não posso acabar.
Com ele e com milhares de coisas
Precisei aprender a lidar.

Eu não gosto de hipérbatos
Porque é feio, limitante e quadrado.
Punk, rebelde, revoltado.
Lirismo juvenil incendiado.

Juliana Aranha
24/out/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário