quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Deus te abençõe.

My heart... 
Nunca entendi exatamente o que as pessoas querem dizer com essa frase. Só sei é que sempre me senti muito bem quando alguém me diz isso. Óbvio, não acredito em deus, mas acontece que, quando alguém me diz isso, eu sempre penso "das duas uma: ou a pessoa gostou muito de mim e deseja que eu seja abençoada por seu deus, ou essa pessoa é muito boazinha e deseja que todo mundo seja abençoado", e esse é um pensamento que me conforta. Hoje eu me senti realmente muito estranha e não sei quando nem como isso começou. Era uma coisa realmente muito estranha... Eu tava mau humorada, ouvindo merda e lembrando da minha mãe sempre dizendo "é melhor ouvir merda que ser surd@", frase com a qual serei obrigada a não concordar, hoje... Porque eu odeio TODO TIPO de generalização, e amo uma hipérbole e uma ironiazinha... Também amo ser bem tratada e ver gentileza rolando solta por aí, desde que não seja pra cima da minha mulher... O lance é que talvez eu tenha acumulado muita coisa... Pessoas sendo escrotas comigo constantemente... E eu tento me manter fiel aos meus princípios de não-violência, coerência, não vingança, não perder a razão e agir sempre com a cabeça antes de meter um taco de baseball no rabo do filho da puta que vem se crescer pra cima de mim... Mas isso me faz me sentir uma merda... Por exemplo, eu sei que se eu tivesse dito à Lolinha que enfiasse seu feminismo, sua arrogância e sua persecutoriedade e bitolação no meio do cu, eu teria me sentido mal, teria perdido a razão, mas teria me sentido bem, e teria também me sentido culpada... Também sei que se eu tivesse cuspido na cara daquele motorista filho da puta e estrangulado o sujeito com o cordão do meu crachá, eu teria me sentido mais aliviada, mas depois... e depois?? Hoje o motorista, SEMPRE o puto do motorista, dizia que os jovens hoje em dia não têm educação porque suas mães não dão. Eu nem queria argumentar. Só queria dizer "cale a boca e vá se foder"... Eu queria ser menos boazinha, fato. Queria parar de me culpar pelas merdas do mundo, queria parar de me agredir em retaliação às coisas que me fogem ao controle...
Estranho é que hoje, quando eu estava fazendo coisas boas, construtivas, agradáveis, foi quando eu me senti pior e com mais vontade de chorar e morrer e gritar que sumisse da minha frente, que fosse bem feliz, longe de mim, meu senhor, e que apesar do seu perfume bom, eu ainda sinto aquela vontade de vomitar, meu senhor... E não me venha nenhum maldito psicanalista dizer que eu sinto isso porque sou hipócrita e fico reprimindo minha agressividade. De fato, acredito que estejamos entupidos de agressividade, a velha ultraviolência, meu caro, mas temos outras formas mais humanas e civilizadas de exteriorizá-la, como a ironia, por exemplo.
A questão é que me esgotei. Me esgotei de tentar tornar essa bosta desse mundo um lugar melhor pra se "viver"... Queria ser fria, cruel, grosseira, violenta, egoísta... Muito mais do que as pessoas pensam que eu sou, talvez menos ainda do que o que eu seja de verdade. Enjoei do mundo, da vida, de dizer que a felicidade está no caminho, e não no fim, que você pode morrer sem nunca nem ter chegado perto. Cansei de dizer "tudo bem, não tem problema", porque realmente não vejo problema e os problemas serem cuspidos na minha cara, ainda maiores, porque não são problemas pra mim. Cansei de ser igual, cansei de ser diferente, cansei de gente apelando, cansei da crueza e do circo, cansei de pensar, cansei da desgraça e da delícia de ter podido escolher ser eu mesma. Cansei de procurar em que me mirar e está tão difícil de encontrar, baby, de encontrar você onde eu estou quando você não está...
Cansei da poesia pela metade, política pela metade, depressão e entrega pela metade, ideais pela metade, salários pela metade, preguiça e esforço, na metade. Desistir na metade e nunca parar. A outra metade é e não está.

Amanhã estarei de volta. Com os mesmos ideais cor de rosa, a mesma voz suave e olhar terno, o mesmo ânimo, contagiante, o mesmo desespero estético-existencial.

sábado, 6 de novembro de 2010

Black Jack, Tia Kim!



Mas que beleza!!! Acordar mais um dia, olhar para o céu (nublado, merda!), e pensar "nem acredito, é hoje!"... Porque quando eu tinha seis, sete, doze... eu começava a contagem regressiva  desde setembro... Depois dos 15, eu ainda ficava ansiosa pra saber se as pessoas iam lembrar... Ficava feliz por lembrarem, e ficava chateada se alguém importante não me ligasse nem nada assim... Mas esse ano... bateu uma deprê quando eu me dei conta de que tava tão perto... comecei a perguntar pelos presentes, porque presente é sempre legal, né? Aí eu acordei hoje... My sis ia viajar, mas nem rolou... fiquei muito tempo sozinha, apática, infeliz, desmotivada... Consegui sair super tarde, me diverti muito fazendo merda, dei chiliques homéricos desnecessariamente (e quando é que um chilique é necessário??), criei climas tensos, mandei mensagem desesperada pra Lívia... quanta merda! Eu pirei com essa coisa de ter 21... mas o que mais me pirou foi ter sacado que eu sou adulta, que eu nunca mais vou ser como antes e que é difícil não ser como antes... Lembro de quando eu chegava da escola, comia, dormia, lavava uma loucinha, ia na biblioteca, tinha uns amiguinhos... depois entrei na ETESP, vivia uma vidinha bem mais ou menos, era bem infeliz mas me esforçava para ser melhor... Hoje eu sou melhor e me sinto tão "e daí?" quanto a isso... Eu to sendo ingrata, eu sei... preciso urgentemente de terapia... Acho que doeu também aquele lance de não ser mais um dia especial... a merda de sempre, todo mundo pouco se fodendo... ahahahahahahaha!!! Ah, nem sei... Eu não to triste... eu to... esquisita... Acho que eu não quero mais falar...
E eu sei que ninguém vai ler, mas um MUUUUUUITO OBRIGADA a todos que tentaram fazer o dia um pouco melhorzin!

terça-feira, 2 de novembro de 2010